Wednesday, October 31, 2007

Despedidas...






"Ninguém nos disse que era fácil. E não é. Não é mesmo. Eu aqui em cima, quase a entrar no comboio, este monstro de aço que foi inventado para me separar de ti, do teu olhar, do cheiro doce dos teus cabelos; e tu aí em baixo, a iludir a tristeza, dizendo que os quilómetros não contam e que distância alguma pode quebrar o que nos une. É verdade, eu sei, mas também é mentira. Porque daqui a dois minutos vamos ouvir um apito e o facto de pensar em ti, de olhar para a paisagem e só conseguir ver o teu rosto, desenhado nas searas e nos campos lavrados e na água dos rios, nada disso compensará o não poder tocar-te, o não poder beijar-te e dizer-te palavras secretas ao ouvido. Tenho que ir, é o apito, tenho que ir. Mas quando sentires a minha falta lê o papel que escondi no bolso direito do teu casaco. Foi o que escrevi, há pouco, no café da estação. Sim, isso mesmo, aquilo que tive vergonha de te mostrar."

(autor desconhecido)

1 comment:

m&m said...

Mt bom..
Melhor ainda é pensar que há vidas iguaizinhas às nossas.. Que há o mesmo sentir..
Por outro lado entristece pensar q isso não faz com que sejamos mais tolerantes ou compreensivos, uma vez que somos feitos do mesmo barro..
Mas tá mt bom..
Gosto de te imaginar assim!